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Piadas de feijão

ERA uma vez... um homem que tinha uma incrível paixão por feijão cozido. Ele adorava feijão. Não importava se fosse no tutu, feijoada, da forma tradicional... o negócio dele era feijão. O problema era o subproduto do feijão, os gases, uitos gases, emitidos de forma embaraçosa, tanto pela enorme gama de ruídos gerados como pelo verdadeiro desastre ambiental que começava poucos minutos depois de qualquer refeição à base dos adorados feijões.
Um dia, ele conheceu a mulher da vida dele. Paixão tão forte que ele resolveu desistir dos feijões. Na falta de um Feijões Anônimos, ele até criou um programa para se livrar dos feijões. Casar com ela valia qualquer sacrifício. Seis meses depois do casamento veio o grande teste: voltando de uma viagem de trabalho, o carro quebrou e ele, mais que depressa, ligou para avisar a esposa que chegaria atrasado. Enquanto esperava o conserto do carro sentiu o aroma maravilhoso de feijão cozido no restaurante caseiro ao lado. Ele pensou que o efeito desastroso já teria passado quando o carro ficasse pronto e entrou. Saboreou três porções de feijão cozido e das grandes.
No caminho de volta para casa veio com as janelas do carro totalmente abertas e o ventilador ligado no máximo.
Mesmo assim, logo que saiu de um cruzamento, percebeu pelo retrovisor uma freira desmaiando com o cheiro. Por isso, ainda deu algumas voltas no bairro até sentir segurança.
Afinal, o grande amor da vida dele estava em jogo. A esposa o encontrou na porta e parecia bastante excitada: -- Querido, eu tenho a maior surpresa para você no jantar de hoje!!! E foi logo colocando uma venda nele.
Deixando a imaginação correr, ele se deixou guiar pela casa até a cadeira da mesa de jantar. E ela reforçou sussurrando na orelha dele com voz sensual: "Prometa não olhar". Ele sentiu que estava um novo peido estava a caminho. Ela estava prestes a remover a venda quando o telefone tocou e ela foi atender lembrando-o da promessa de não olhar. O momento de pânico passou e ele aproveitou a oportunidade. Jogou o peso para a perna direita e soltou o esfíncter. Não foi apenas alto, parecia um ovo fritando. A dificuldade para respirar veio num instante e ele procurou um guardanapo para abanar o ar em volta. A sensação de alívio durou pouco, porque um novo terremoto estava em formação. Sentindo-se seguro com a mulher no telefone, ele nem pestanejou, fazendo um ruído parecido com um motor a diesel pegando. Apalpou a mesa, agarrou um prato e começou a sacudir os braços com o guardanapo e o prato. Só a voz da mulher no telefone serviu para acalmá-lo.
Mas a vontade veio de novo, desta vez com uma cólica. Abdomen dobrado, ele jogou o peso sobre a perna esquerda e soltou. Foi um peido olímpico, merecedor de medalha de ouro: as janelas vibraram e a louça na mesa sacudiu. Ele não viu, mas as flores murcharam, mortas, esbarrando no pé do vaso sobre a mesa. Ouvido atento, mantendo a promessa de não abrir os olhos nem tirar a venda, ele continuou por mais 10 minutos nesse passo, peidando e abanando os braços com o prato e o guardanapo. Quando ouviu a mulher se despedindo no telefone, sentiu que o momento de solidão e liberdade chegara ao fim.
Tratou de ajeitar o prato na mesa e pousou suavemente o guardanapo sobre o colo cruzando as mãos por cima.
Armou um sorriso vitorioso misturado com a cara inocente de um anjo. Ela entrou na sala, pediu desculpas pela demora e perguntou se ele tinha olhado a mesa de jantar. Após ter certeza de que ele não olhara, ela tirou a venda e gritou: -- SURPRESA !!! Na sala estavam: a familia, sogro, sogra, mãe, pai, mais de 30 convidados, e começaram a cantar parabéns, era seu aniversário...