Sábado de manhã, logo após acordar, a
esposa grávida diz para o marido:
- Benhê! Eu acordei com uma vontade de comer caranguejo... mas não se preocupe, é só vontade de
mulher grávida, logo passa.
- De jeito nenhum! Não vou deixar de atender a um desejo seu. Como hoje é sábado, vou pegar o Jeep-51, ir até a praia e ver se compro uns bons caranguejos.
O cara troca de roupa, pega o Jeep e vai até a praia procurar quem venda caranguejo.
Chegando lá, vai a uma padaria próxima comprar um maço de cigarro e encontra por acaso, uma antiga namorada do colégio.
Animados com o reencontro, os dois resolvem tomar uma cervejinha.
Uma cervejinha aqui, outra ali, sorrisos, empolgação, beijinhos, e no final da tarde os dois acabam indo para o motel.
Foi aquela festa, e o cara exausto, acaba pegando no sono.
No domingo de manhã o cara dá um pulo da cama e diz:
- Meu Deus! Os caranguejos! Como vou explicar essa demora?
Despede-se da antiga namorada e sai como um louco para comprar os tais caranguejos.
Pensa e pensa e não consegue encontrar uma desculpa razoável para contar à esposa, então decide:
Vou contar tudo a ela. Não tem jeito. Eu tô perdido, vou ter que contar tudo.
Chegando no prédio, sobe pelo elevador, ainda pensando numa história, mas nada lhe vem à cabeça.
Ao sair do elevador, tropeça, indo parar no chão com o saco de caranguejos e tudo.
Na queda, o saco se abre e espalha caranguejo pra tudo quanto é canto do corredor.
A esposa ouve o barulho, e já apreensiva pelo sumiço do marido, abre a porta do apartamento.
Agachado, o cara vai empurrando os caranguejos pra dentro de casa, dizendo:
- Vamos lá, minha gente! Vamos entrando! Demorou, mas chegamos...
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Estava sentado no meu escritório quando lembrei de uma chamada
telefônica que tinha que fazer. Encontrei o número e disquei.
Atendeu-me um cara mal humorado dizendo:
- Fale!!!
- Bom dia. Poderia falar com Andréa?
O cara do outro lado resmungou algo que não entendi e desligou na minha
cara. Não podia acreditar que existia alguém tão grosso.
Depois disso, procurei na minha agenda o número correto da Andréa e
liguei. O problema era que eu tinha invertido os dois últimos dígitos do
seu número. Depois de falar com a Andréa, observei o número errado ainda
anotado sobre a minha mesa. Decidi ligar de novo. Quando a mesma pessoa
atendeu, falei:
- Você é um Filho da puta!!!
Desliguei imediatamente e anotei ao lado do número a expressão "Filho Da
puta" e deixei o papel sobre a minha agenda. Assim, quando estava
nervoso com alguém, ou em um mau momento do dia, ligava pra ele, e
quando atendia, lhe dizia "Você é um Filho da puta" e desligava sem
esperar resposta.
Isto me fazia sentir realmente muito melhor. Ocorre que a Telepar
introduziu o novo serviço "bina" de identificação de chamadas, que me
deixou preocupado e triste porque teria que deixar de ligar para o
"Filho da puta".
Então, tive uma idéia: disquei o seu número de telefone, ouvi a sua voz
dizendo "Alô " e mudei de identidade:
- Boa tarde, estou ligando da área de vendas da Telepar, para saber se o
senhor conhece o nosso serviço de identificador de chamadas "bina".
- Não estou interessado! - disse ele, e desligou na minha cara.
O cara era mesmo mal-educado. Rapidamente, disquei novamente:
- Alô?
- É por isso que você é um Filho da puta!!! - e desliguei.
Aqui vale até uma sugestão: se existe algo que realmente está lhe
incomodando, você sempre pode fazer alguma coisa para se sentir melhor:
simplesmente disque 0xx41-xxxx.xxxx ou o número de algum outro Filho da
puta que você conheça, e diga para ele o que ele realmente é.
Acontece que eu fui até o shopping, no centro da cidade, comprar umas
camisas. Uma senhora estava demorando muito tempo para tirar o carro de
uma vaga no estacionamento. Cheguei a pensar que nunca fosse sair.
Finalmente seu carro começou a mover-se e a sair lentamente do seu
espaço. Dadas às circunstâncias, decidi retroceder meu carro um pouco
para dar à senhora todo o espaço que fosse necessário: "Grande!" pensei,
"finalmente vai embora".
Imediatamente, apareceu um Vectra preto vindo do outro lado do
estacionamento e entrou de frente na vaga da senhora que eu estava
esperando. Comecei a tocar a buzina e a gritar:
- Ei, amigo. Não pode fazer isso! Eu estava aqui primeiro!
O fulano do Vectra simplesmente desceu do carro, fechou a porta, ativou
o alarme e caminhou no sentido do shopping, ignorando a minha presença,
como se não estivesse ouvindo. Diante da sua atitude, pensei: "esse cara
é um grande Filho da puta! Com toda certeza tem uma grande quantidade de
Filhos da puta neste mundo!". Foi aí que percebi que o cara tinha um
aviso de "VENDE-SE" no vidro do Vectra. Então, anotei o seu número
telefônico e procurei outra vaga para estacionar.
Depois de alguns dias, estava sentado no meu escritório e acabara de
desligar o telefone - após ter discado o 0xx41-xxxx.xxxx do meu velho
amigo e dizer "Você é um Filho da puta" (agora já é muito fácil discar
pois tenho o seu número na memória do telefone), quando vi o número que
havia anotado do cara do Vectra preto e pensei: "Deveria ligar para esse
cara também".
E foi o que fiz. Depois de um par de toques alguém atendeu:
- Alô.
- Falo com o senhor que está vendendo um Vectra preto?
- Sim, é ele.
- Poderia me dizer onde posso ver o carro?
- Sim, eu moro na Rua xx, n° xx. É uma casa amarela e o Vectra está
estacionado na frente.
- Qual e o seu nome?
- Meu nome e Eduardo Cerqueira Marques - diz o cara.
- Qual a hora é mais apropriada para encontrar com você, Eduardo?
- Pode me encontrar em casa à noite e nos finais de semana.
- É o seguinte Eduardo, posso te dizer uma coisa?
- Sim.
- Eduardo, você é um grande Filho da puta!!! - e desliguei o telefone.
Depois de desligar, coloquei o número do telefone do Eduardo (que
parecia não ter "bina", pois não fui importunado depois que falei com
ele) na memória do meu telefone. Agora eu tinha um problema: eram dois
"Filhos da puta" para ligar.
Após algumas ligações ao par de "Filhos da puta" e desligar-lhes, a
coisa não era tão divertida como antes. Este problema me parecia muito
sério e pensei em uma solução: em primeiro lugar, liguei para o "Filho
da puta 1". O cara, mal-educado como sempre, atendeu:
- Alô - e então falei:
- Você é um Filho da puta - mas desta vez não desliguei.
O "Filho da puta 1" diz:
- Ainda está aí, desgraçado?
- Siiimmmmmmmm, amorrrrrr!!! - respondi rindo.
- Pare de me ligar, seu filho da mãe - disse ele, irritadíssimo.
- Não paro nããão, Filho da putinha querido!!!
- Qual é o teu nome, lazarento? - berrou ele, descontrolado!
Eu, com voz séria de quem também está bravo, respondi:
- Meu nome é Eduardo Cerqueira Marques, seu Filho da Puta. Porquê???
- Onde você mora, que eu vou aí te pegar, desgraçado? - gritou ele.
- Você acha que eu tenho medo de um Filho da puta? Eu moro na Rua xx,
n°xx, em uma casa amarela, e o meu Vectra preto está estacionado na
frente. Seu palhaço filho da puta. E agora, vai fazer o quê???? - gritei
eu.
- Eu vou até aí agora mesmo, cara. É bom que comece a rezar, porque você
já era. - rosnou ele.
- Uuiii! É mesmo? Que medo me dá, Filho da puta. Você é um bosta! E eu
estou na porta da minha casa te esperando!!! - e desliguei o telefone na
cara dele.
Imediatamente liguei para o "Filho da puta 2".
- Alô - diz ele.
- Olá, grande Filho da puta!!! - falei.
- Cara, se eu te encontrar vou...
- Vai o quê? O que você vai fazer??? Seu Filho da puta!
- Vou chutar a sua boca até não ficar nenhum dente, cara!!!
- Acha que eu tenho medo de você, Filho da puta? Vou te dar uma grande
oportunidade de tentar chutar minha boca, pois estou indo para tua casa,
seu Filho da puta!!! E depois de arrebentar sua cara, vou quebrar todos
os vidros desta porcaria de Vectra que você tem. E reze pra eu não botar
fogo nessa casa amarelinha de bicha. Se for homem, me espera na porta em
5 minutos, seu Filho da puta!!! - e bati o telefone no gancho.
Logo, fiz outra ligação, desta vez para a polícia. Usando uma voz
afetada e chorosa, falei que estava na Rua xx, n° xx, e que ia matar o
meu namorado homossexual assim que ele chegasse em casa.
Finalmente peguei o telefone e liguei o programa da CNT "Cadeia" do
Alborguetti, para reportar que ia começar uma briga de um marido que ia
voltando mais cedo para casa para pegar o amante da mulher que morava na
Rua xx, n° xx. Depois de fazer isto, peguei o meu carro e fui para Rua
xx, n° xx, para ver o espetáculo.
Foi demais, observar um par de "Filhos da puta" chutando-se na frente de
duas equipes de reportagem, até a chegada de 3 viaturas e um helicóptero
da polícia, levando os dois algemados e arrebentados para a delegacia.
Moral da história? - Não tem moral nenhuma! Foi de sacanagem mesmo...
E vê se atende o telefone educadamente, pois posso ser eu ligando para
você por engano...
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Estava eu assistindo tv numa tarde de domingo, naquele horário em que não se pode inventar nada o que fazer, pois no outro dia é segunda-feira, quando minha esposa deitou ao meu lado e ficou brincando com minhas "partes". Após alguns minutos ela veio com a seguinte idéia:
Por que não depilamos seus ovinhos, assim eu poderia fazer "outras coisas" com eles.
Aquela frase foi igual um sino na minha cabeça.
Por alguns segundos fiquei imaginando o que seriam "outras coisas". Respondi que não, que doeria coisa e tal, mas ela veio com argumentos sobre as novas técnicas de depilação e eu não tive mais como negar.
Concordei.
Ela me pediu que ficasse pelado enquanto buscaria os equipamentos necessários para tal feito. Fiquei olhando para TV, porém minha mente estava vagando pelas novas sensações que só acordei quando escutei o beep do microondas.
Ela voltou ao quarto com um pote de cera, uma espátula e alguns pedaços de plástico. Achei meio estranho aqueles equipamentos, mas ela estava com um ar de "dona da situação" que deixaria qualquer médico urologista sentindo-se como residente. Fiquei tranqüilo e autorizei o restante do processo. Pediu para que eu ficasse numa posição de quase-frango-assado e liberasse o aceso a zona do agrião.
Pegou meus ovinhos como quem pega duas bolinhas de porcelana e começou a passar cera morna.
Achei aquela sensação maravilhosa! ! O Sr. Pinto já estava todo "pimpão" como quem diz: "sou o próximo da fila"!!
Pelo início, fiquei imaginando quais seriam as "outras coisas" que viriam. Após estarem completamente besuntados de cera, ela embrulhou ambos no plástico com tanto cuidado que eu achei que iria levá-los para viagem.
Fiquei imaginando onde ela teria aprendido essa técnica de prazer: Na Thailândia, na China ou pela Internet mesmo. Porém, alguns segundos depois ela esticou o saquinho para um lado e deu um puxão repentino.
Todas as novas sensações foram trocadas por um sonoro PUTAQUEOPARIU!!! Quase falado letra por letra.
Olhei para o plástico para ver se o couro do meu saco não tinha ficado grudado na cera. Ela disse que ainda restaram alguns pelinhos, e que precisava passar de novo. Respondi prontamente:
- Se depender de mim eles vão ficar aí para a eternidade!!
Segurei o Dr. Esquerdo e o Dr. Direito em minhas respectivas mãos, como quem segura os últimos ovos da mais bela ave amazônica em extinção, e fui para o banheiro. Sentia o coração bater nos ovos. Abri o chuveiro e foi a primeira vez que eu molho o saco antes de molhar a cabeça.
Passei alguns minutos só deixando a água escorrer pelo meu corpo. Saí do banho, mas nesses momentos de dor qualquer homem vira um bebezinho novo: faz merda atrás de merda.
Peguei meu gel pós barba com camomila "que acalma a pele", enchi as mãos e passei nos ovos. Foi como se tivesse passado molho de pimenta. Sentei na privada, peguei a toalha de rosto e fiquei abanando os ovos como quem abana um boxeador no 10° round. Olhei para meu pinto. Ele era tão alegrinho minutos atrás, estava tão pequeno que mais parecia que eu tinha saído de uma piscina 5 graus abaixo de zero.
Nesse momento minha esposa bate na porta do banheiro e perguntou o que estava acontecendo. Aquela voz antes aveludada ficou igual um carrasco mandando eu entregar o presidente da revolução.
Saí do banheiro e voltei para o quarto. Ela estava argumentado que os pelos tinham saído pelas raízes, que demorariam voltar a nascer. "Pela espessura da pele do meu saco, meus netos irão nascer sem pelos nos ovos", respondi.
Ela pediu para olhar como estavam. Eu falei para olhar com meio metro de distância e sem tocar em nada!! Vesti a camiseta e fui dormir (somente de camiseta). Naquele momento sexo para mim seria somente para perpetuar a
espécie humana.
No outro dia pela manhã fui me arrumar para ir trabalhar. Os ovos estavam mais calmos, porém mais vermelhos que tomates maduros. Foi estranho sentir o vento bater em lugares nunca antes visitados. Tentei colocar a cueca, mas nada feito. Procurei alguma cueca de veludo e nada. Vesti a calça mais folgada que achei no armário e fui trabalhar sem cueca mesmo.
Entrei na minha seção andando igual um cowboy cagado. Falei bom dia para todos, mas sem olhar nos olhos. E passei o dia inteiro trabalhando em pé com receio de encostar os tomates maduros em qualquer superfície.
Resultado, certas coisas devem ser feitas somente pelas mulheres.
Não adianta tentar misturar os universos masculino e feminino.
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"Tenta sim. Vai ficar lindo."
Foi assim que decidi, por livre e espontânea pressão de amigas, me render à depilação na virilha. Falaram que eu ia me sentir dez quilos mais leve. Mas acho que pentelho não pesa tanto assim. Disseram que meu namorado ia amar, que eu nunca mais ia querer outra coisa. Eu imaginava que ia doer, porque elas ao menos me avisaram que isso aconteceria. Mas não esperava que por trás disso, e bota por trás nisso, havia toda uma indústria pornô-ginecoló gica-estética.
-Oi, queria marcar depilação com a Penélope.
-Vai depilar o quê?
-Virilha.
-Normal ou cavada?
Parei aí. Eu lá sabia o que seria uma virilha cavada. Mas já que era pra fazer, quis fazer direito.
-Cavada mesmo.
-Amanhã, às... Deixa eu ver...13h?
-Ok. Marcado.
Chegou o dia em que perderia dez quilos. Almocei coisas leves, porque sabia lá o que me esperava, coloquei roupas bonitas, assim, pra ficar chique. Escolhi uma calcinha apresentável. E lá fui. Assim que cheguei, Penélope estava esperando. Moça alta, mulata, bonitona. Oba, vou ficar que nem ela, legal. Pediu que eu a seguisse até o local onde o ritual seria realizado. Saímos da sala de espera e logo entrei num longo corredor. De um lado a parede e do outro, várias cortinas brancas. Por trás delas ouvia gemidos, gritos, conversas. Uma mistura de Calígula com O Albergue. Já senti um frio na barriga ali mesmo, sem desabotoar nem um botão. Eis que chegamos ao nosso cantinho: uma maca, cercada de cortinas.
-Querida, pode deitar.
Tirei a calça e, timidamente, fiquei lá estirada de calcinha na maca. Mas a Penélope mal olhou pra mim. Virou de costas e ficou de frente pra uma mesinha. Ali estavam os aparelhos de tortura. Vi coisas estranhas. Uma panela, uma máquina de cortar cabelo, uma pinça. Meu Deus, era O Albergue mesmo. De repente ela vem com um barbante na mão. Fingi que era natural e sabia o que ela faria com aquilo, mas fiquei surpresa quando ela passou a cordinha pelas laterais da calcinha e a amarrou bem forte.
-Quer bem cavada?
-.é... é, isso.
Penélope então deixou a calcinha tampando apenas uma fina faixa da Abigail, nome carinhoso de meu órgão, esqueci de apresentar antes.
-Os pêlos estão altos demais. Vou cortar um pouco senão vai doer mais ainda.
-Ah, sim, claro.
Claro nada, não entendia porra nenhuma do que ela fazia. Mas confiei. De repente, ela volta da mesinha de tortura com uma espátula melada de um líquido viscoso e quente (via pela fumaça).
-Pode abrir as pernas.
-Assim?
-Não, querida. Que nem borboleta, sabe? Dobra os joelhos e depois joga cada perna pra um lado.
-Arreganhada, né?
Ela riu. Que situação. E então, Pê passou a primeira camada de cera quente em minha virilha Virgem. Gostoso, quentinho, agradável. Até a hora de puxar.
Foi rápido e fatal. Achei que toda a pele de meu corpo tivesse saído, que apenas minha ossada havia sobrado na maca. Não tive coragem de olhar.
Achei que havia sangue jorrando até o teto. Até procurei minha bolsa com os olhos, já cogitando a possibilidade de ligar para o Samu. Tudo isso buscando me concentrar em minha expressão, para fingir que era tudo supernatural.
Penélope perguntou se estava tudo bem quando me notou roxa. Eu havia esquecido de respirar. Tinha medo de que doesse mais.
-Tudo ótimo. E você?
Ela riu de novo como quem pensa "que garota estranha". Mas deve ter aprendido a ser simpática para manter clientes.
O processo medieval continuou. A cada puxada eu tinha vontade de espancar Penélope. Lembrava de minhas amigas recomendando a depilação e imaginava que era tudo uma grande sacanagem, só pra me fazer sofrer. Todas recomendam a todos porque se cansam de sofrer sozinhas.
-Quer que tire dos lábios?
-Não, eu quero só virilha, bigode não.
-Não, querida, os lábios dela aqui ó.
Não, não, pára tudo. Depilar os tais grandes lábios ? Putz, que idéia. Mas topei. Quem está na maca tem que se fuder mesmo.
-Ah, arranca aí. Faz isso valer a pena, por favor.
Não bastasse minha condição, a depiladora do lado invade o cafofinho de Penélope e dá uma conferida na Abigail.
-Olha, tá ficando linda essa depilação.
-Menina, mas tá cheio de encravado aqui. Olha de perto.
Se tivesse sobrado algum pentelhinho, ele teria balançado com a respiração das duas. Estavam bem perto dali. Cerrei os olhos e pedi que fosse um pesadelo. "Me leva daqui, Deus, me teletransporta" . Só voltei à terra quando entre uns blábláblás ouvi a palavra pinça.
-Vou dar uma pinçada aqui porque ficaram um pelinhos, tá?
-Pode pinçar, tá tudo dormente mesmo, tô sentindo nada.
Estava enganada. Senti cada picadinha daquela pinça filha da mãe arrancar cabelinhos resistentes da pele já dolorida. E quis matá-la. Mas mal sabia que o motivo para isso ainda estava por vir.
-Vamos ficar de lado agora?
-Hein?
-Deitar de lado pra fazer a parte cavada.
Pior não podia ficar. Obedeci à Penélope. Deitei de ladinho e fiquei esperando novas ordens.
-Segura sua bunda aqui?
-Hein?
-Essa banda aqui de cima, puxa ela pra afastar da outra banda.
Tive vontade de chorar. Eu não podia ver o que Pê via. Mas ela estava de cara para ele, o olho que nada vê. Quantos haviam visto, à luz do dia, aquela cena? Nem minha ginecologista. Quis chorar, gritar, peidar na cara dela, como se pudesse envenená-la. Fiquei pensando nela acordando à noite com um pesadelo. O marido perguntaria:
-Tudo bem, Pê?
-Sim... sonhei de novo com o cu de uma cliente. Mas de repente fui novamente trazida para a realidade. Senti o aconchego falso da cera quente besuntando meu Twin Peaks. Não sabia se ficava com mais medo da puxada ou com vergonha da situação. Sei que ela deve ver mil cus por dia. Aliás, isso até alivia minha situação. Por que ela lembraria justamente do meu entre tantos? E aí me veio o pensamento: peraí, mas tem cabelo lá?
Fui impedida de desfiar o questionamento. Pê puxou a cera. Achei que a bunda tivesse ido toda embora. Num puxão só, Pê arrancou qualquer coisa que tivesse ali. Com certeza não havia nem uma preguinha pra contar a história mais. Mordia o travesseiro e grunhia ao mesmo tempo. Sons guturais, xingamentos, preces, tudo junto.
-Vira agora do outro lado.
Porra.. por que não arrancou tudo de uma vez? Virei e segurei novamente a bandinha. E então, piora. A broaca da salinha do lado novamente abre a cortina.
-Penélope, empresta um chumaço de algodão?
Apenas uma lágrima solitária escorreu de meus olhos. Era dor demais, vergonha demais. Aquilo não fazia sentido. Estava me depilando pra quem? Ninguém ia ver o tobinha tão de perto daquele jeito. Só mesmo Penélope. E agora a vizinha inconveniente.
-Terminamos. Pode virar que vou passar maquininha.
-Máquina de quê?!
-Pra deixar ela com o pêlo baixinho, que nem campo de futebol.
-Dói?
-Dói nada.
-Tá, passa essa merda...
-Baixa a calcinha, por favor.
Foram dois segundos de choque extremo. Baixe a calcinha, como alguém fala isso sem antes pegar no peitinho? Mas o choque foi substituído por uma total redenção. Ela viu tudo, da perereca ao cu. O que seria baixar a calcinha? E essa parte não doeu mesmo, foi até bem agradável.
-Prontinha. Posso passar um talco?
-Pode, vai lá, deixa a bicha grisalha.
-Tá linda! Pode namorar muito agora.
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Levanto-me da cama, me olho no espelho e descubro que sou vesgo.
Procuro freneticamente nos bolsos minha foto na identidade, para ver se sou
realmente daquele jeito. Acho um passaporte e descubro... que sou argentino...!
Não pode ser, meu Deus!!! Sento-me inconsolável em uma cadeira. Mas não é
possível!!
É uma cadeira de rodas, o que significa que, além de ser vesgo e argentino, sou
também deficiente físico!
É impossível, digo para mim mesmo, que eu seja vesgo, argentino e deficiente físico...
- 'Amoooooor !', grita uma voz atrás de mim.
É o meu namorado...
Cacete! Sou também viado....!
- 'Foi você que pegou a minha seringa?'
Ó Deus! Vesgo, argentino, deficiente físico, veado, viciado e soropositivo!
Desesperado, começo a gritar, a chorar, a arrancar os cabelos e...Nãooo!!!!!
Sou careca!
Toca o telefone. É meu irmão, que diz: - 'Desde quando mamãe e papai
morreram, você só faz se entupir de drogas, vagabundeando o dia inteiro!
Procura um emprego, arranja algum trabalho!'
Que merda, descubro que também sou desempregado!!!
Tento explicar ao meu irmão que é difícil encontrar trabalho quando se é vesgo,
argentino, deficiente físico, veado, viciado, soropositivo, careca e órfão, mas não consigo, porque.... porque sou gago!!!!
Transtornado, desligo o telefone, com a única mão que tenho, e, com lágrimas
nos olhos, vou até a janela olhar a paisagem.
Milhões de barracos ao meu redor... Sinto uma punhalada no marca-passo: além
de vesgo, argentino, deficiente físico, veado, viciado, soropositivo, careca, órfão,
gago, maneta e cardíaco, sou também favelado...
Começo a passar mal e sentir um calafrio. Dirijo-me ao guarda-roupa para pegar
um agasalho, e para minha surpresa, quando abro a gaveta encontro uma camisa do GRÊMIO... Aí já é Sacanagem... Entro em surto, pois além de vesgo,
argentino, deficiente físico, veado, viciado, soropositivo, careca, órfão, gago, maneta, cardíaco, sou também favelado... e TRicolor , Puta que o pariu!!!!
Nesse momento, volta o meu namorado e diz:
- 'Amooooooor, vamos, senão chegaremos atrasados à convenção nacional do PT...'
- NÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOOOOO!!!!!!!!!!
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Em uma pequena cidade, o prefeito estava fazendo um discurso.
Dizia o prefeito:
- Queridos cidadãos e cidadãs, durante todo o meu mandato, coloquei a minha honestidade acima de qualquer interesse político. Vocês podem ter certeza que neste bolso (e batia no bolso do paletó com uma das mãos) nunca entrou dinheiro do povo.
Neste instante alguém grita:
- Paletó novo, hein?
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Um anão, num banheiro público, não consegue alcançar o mictório.
Pede então a um cara grandão, ao seu lado, para colocá-lo num banquinho.
O cara, querendo ajudar, prontamente atende o pedido. Quando abre a calça pra mijar, o anão olha para o lado e diz ao grandão:
- Pô, cara, que saco lindo você tem!
- Qual é, anão, você é viado?
- Não, senhor, sou pequeno, mas sou casado, pai de seis lindos filhos.
- Então qual é a sua?
- É que nunca vi um saco tão lindo quanto o seu. Posso dar uma pegadinha?
- Está louco? Quer apanhar, nanico?
- Olha seu tamanho, seria covardia. Desculpe, é que é realmente extraordinário o seu saco. É de verdade? Me deixa dar uma pegadinha, só para que eu possa acreditar. Não tem ninguém olhando.
E assim, sem saída o cara, constrangido, diz:
- Vai aí, anão, pega logo pra parar de encher.
O anão então põe a mão numa bola e a outra na outra bola e diz:
- Aí, grandão, isto é um assalto, me dá todo o seu dinheiro, senão... eu pulo do banquinho.
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